GRUPO RAÍZES CÊNICAS

GRUPO RAÍZES CÊNICAS

SARAU TEATRAL LITERÁRIO MUSICAL

SARAU TEATRAL LITERÁRIO MUSICAL

TEATRO

TEATRO
" TEM UM HOMEM ENTRE NÓS "

" TEM UM HOMEM ENTRE NÓS "

Sinopse: Tem um homem entre nós é uma história baseada no relacionamento entre o homem e a mulher, que vem desde os tempos de Adão e Eva até os dias de hoje, buscando um culpado pelas suas frustrações e seus erros, com uma mistura de drama e comedia, está peça mostra que a disputa de poder entre o homem e a mulher, interfere profundamente, no dia, dia das pessoas excluindo o ser humano de sua felicidade.

PROJETO: "Meio Ambiente Ciranda Verde Que Te Quero Verde"


ECOLOGIA , MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL




O QUE É ECOLOGIA?



Qualquer dicionário razoável da língua portuguesa nos dá o significado da palavra ecologia. O Novo Dicionário Aurélio diz : - Ecologia é a parte da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem, bem como as suas recíprocas influências.

Ecologia, também é, o ramo das ciências humanas que estuda a estrutura e o desenvolvimento das comunidades humanas em suas relações com o meio ambiente e sua conseqüente adaptação a ele, assim como novos aspectos que os processos tecnológicos ou os sistemas de organização social possam acarretar para as condições de vida do ser humano.

Como podemos observar, "ecologista" é o cientista, o técnico, o pesquisador, o educador, enfim, um profissional que atua sobre o tema meio ambiente.

O prefixo "eco" vem do grego "oikos", que significa, casa, domicílio, habitat.

A ciência ecologia foi idealizada em 1866 pelo biólogo alemão Ernest Haekel.

As pessoas leigas e os movimentos que defendem o meio ambiente são erroneamente chamados de ecologistas, e como vimos, ecologista se enquadra em outra categoria, mais profissional, mais técnica, pois quem defende o meio ambiente deve ser chamado de "ambientalista.

SUGESTÃO DA VIDEOTECA

Ecologia, de Leon Hirszman (1973) - 1º documentário nacional sobre o tema – 10’ – Fita n º 109

SER AMBIENTALISTA

A listagem dos movimentos ambientalistas no Brasil e no mundo é extensa e tem de tudo; desde a defesa de preservação de uma única espécie animal ou vegetal, como é o caso do Tucuxi, um grupo que luta pela preservação do Boto Cor-de-Rosa da Amazônia. Existem movimentos que lutam pela preservação de um rio, de um lago, ou de um simples córrego, ou uma árvore ameaçada num determinado jardim. Existem outros movimentos que lutam por questões mais planetária como os movimentos que lutam contra a perfuração da camada de ozônio que circunda o Globo Terrestre. Existem abnegados que no anonimato entram com um punhado de sementes numa floresta somente para joga-las no chão. No Rio de Janeiro surge um movimento em defesa da lagoa Rodrigo de Freitas. No Grande ABC não é diferente, tem os mais variados tipos de movimentos ambientalistas. Tem aqueles que desenvolvem um trabalho unicamente na luta pela preservação da represa Billings, como é o caso do S.O.S. Billings. Existe movimento que luta contra a poluição do ar, como é o caso do Grupo Ecológico Consciência. O S.O.S. Mata Atlântica, luta pelo que resta de uma das matas mais exuberantes do planeta, que na época de nosso descobrimento ocupava todo o litoral Atlântico. A U.I.P.A. - União Internacional Protetora dos Animais, se dedica a defender os indefesos, isto, os animais, contra os maus tratos. O Movimento Pró-Haras, nascido no Bairro Baeta Neves em São Bernardo, luta pela recuperação e preservação de uma antiga chácara localizada num centro urbano e que se encontra abandonada. Alguns movimentos ambientalistas são compostos por 2 ou 3 pessoas, enquanto outros tem 200 ou mais integrantes, porém, mais importante do que a quantidade é a persistência e a capacidade de conhecimento específico daquilo que se está defendendo. Não basta somente defendermos o Mico Leão Dourado, é necessário que conheçamos cada particularidade do animal para podermos nos convencer e convencer as outras pessoas da necessidade de sua preservação. Na questão da defesa de uma represa, como é o caso da Billings, em São Paulo, se faz necessário conhecer, um mínimo de legislação sobre os mananciais. Os principais diretores do MDV-Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC, conhecem o básico sobre a represa Billings e sobre a história da degradação ambiental do Grande ABC. Se em cada bairro existisse algumas pessoas preocupadas com a própria história local, provavelmente a preservação desses bairros se daria de forma mais concreta e suas praças, córregos e terrenos baldios seriam mais conservados.

TROCANDO O VERDE PELO AZUL?

O movimento ecológico viveu o seu grande momento a partir da década de 70, quando surgiram no mundo todo os defensores do verde. A preocupação verde contribuiu, principalmente com a Amazônia. Todavia, devido ao grande número de defensores do verde, o azul (água) acabou sendo relegado à um plano inferior. Elliott Norse, cientista-chefe do Centro de Conservação Marinha - CCM, de Washington, alerta a população mundial sobre a necessidade de se erguer a bandeira azul. " O reino marinho inteiro está correndo risco, desde os estuários e águas costeiras até o mar aberto e as profundezas oceânicas". Esta afirmação está contida num relatório volumoso intitulado "Global Marine Biological Diversity" (Diversidade Biológica Marinha Global), lançado em outubro de 1993, nos Estados Unidos, sob o patrocínio da CCM, a World Conservation Union, a WWF, o Programa das Nações Unidas e o Banco Mundial. A questão da água foi discutida na Suíça, na cidade de Genebra, pelo Conselho Intergovernamental encarregado de implementar o Tratado da Biodiversidade. A diversidade de espécies existentes nos oceanos é impressionante. O reino animal é dividido em 33 filos, dos quais 32 ocorrem no mar. Destes, 15 não tem representantes entre os animais que vivem na Terra. Pesquisadores estimam que nas profundezas oceânicas que ainda não foram visitadas, talvez, haja mais de 10 milhões de espécies ainda sem nome, o que as torna tão ricas em diversidade quanto as florestas tropicais. Quase toda a poluição da terra escoa para o mar.

Fonte : http://www.abcdaecologia.hpg.ig.com.br/solaris_ecologia.htm

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL



Você já parou para pensar no que significa a palavra "progresso"? Pois então pense: estradas, indústrias, usinas, cidades, máquinas e muitas outras coisas que ainda estão por vir e que não conseguimos nem ao menos imaginar. Algumas partes desse processo todo são muito boas, pois melhoram a qualidade de vida dos seres humanos de uma forma ou de outra, como no transporte, comunicação, saúde, etc. Mas agora pense só: será que tudo isso de bom não tem nenhum preço? Será que para ter toda essa facilidade de vida nós, humanos, não pagamos nada?

Você já ouviu alguém dizer que para tudo na vida existe um preço? Pois é, nesse caso não é diferente. O progresso, da forma como vem sendo feito, tem acabado com o ambiente ou, em outras palavras, destruído o planeta Terra e a Natureza. Um estudioso do assunto disse uma vez que é mais difícil o mundo acabar devido a uma guerra nuclear ou a uma invasão extraterrestre (ou uma outra catástrofe qualquer) do que acabar pela destruição que nós, humanos, estamos provocando em nosso planeta. Você acha que isso tudo é um exagero? Então vamos trocar algumas idéias.

E o Desenvolvimento Sustentável?

O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge a idéia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo.

As pessoas que trabalharam na Agenda 21 escreveram a seguinte frase: "A humanidade de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações em encontrar suas próprias necessidades". Ficou confuso com tudo isso? Então calma, vamos por partes. Essa frase toda pode ser resumida em poucas e simples palavras: desenvolver em harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham a chance de existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condições de sobrevivência). Será que dá para fazer isso? Será que é possível conciliar tanto progresso e tecnologia com um ambiente saudável?

Acredita-se que isso tudo seja possível, e é exatamente o que propõem os estudiosos em Desenvolvimento Sustentável (DS), que pode ser definido como: "equilíbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e também dos diferentes países na busca da equidade e justiça social".

Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente; é aqui que entra uma questão sobre a qual talvez você nunca tenha pensado: qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? A diferença é que o crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando em consideração, portanto, a qualidade ambiental do planeta.

O DS tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:

 A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, etc);

‚ A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver);

ƒ A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal);

„ A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc);

… A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, como por exemplo os índios);

† A efetivação dos programas educativos.

Na tentativa de chegar ao DS, sabemos que a Educação Ambiental é parte vital e indispensável, pois é a maneira mais direta e funcional de se atingir pelo menos uma de suas metas: a participação da população.


Texto: Marina Ceccato Mendes


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Bibliografia Recomendada

SATO, M.; SANTOS, J. E. Agenda 21 em sinopse. São Carlos, 1996. 41 p. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos.


CAVALCANTI, C. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo, Cortez Editora, 1995. 429 p.




Árvores e Humanidade


“O simbolismo – e o significado substancial – de plantar árvores tem poder universal em todas as culturas e todas as sociedades da Terra, e é uma forma de os individuos; homens, mulheres e crianças participarem na criação de soluções para a crise do meio ambiente”

Al Gore, Earth in the Balance



Florestas fornecem não só proteção ao meio ambiente, mas também significantes opções de ganhos e sustentos globais para mais de um bilhão de pessoas dependentes das florestas. Árvores fornecem uma grande gama de produtos (madeira, frutas, medicamentos, bebidas, ferragem) e serviços (sequestro de carbono, sombra, embelezamento, controle de erosão, fertilidade do solo). Sem árvores a vida humana seria insustentável.

Florestas também têm um importante papel cultural, espiritual e recreativo em muitas sociedades. Em alguns casos, elas são integrais para a definição e sobrevivência de indígenas e culturas tradicionais.

Florestas e árvores são simbolicamnete importantes na maioria das religiões do mundo. Árvores simbolizam continuidade histórica, elas unem terra e céus e, em várias tradições, são moradia para bons e maus espíritos e para a alma dos ancestrais.

Florestas desempenham também um importante papel oferecendo oportunidades de recreação e conforto espiritual nas sociedades modernas. Elas são poderosos símbolos universais, uma expressão física de vida, crescimento e vigor à populaçãp urbana, rural e de florestas. Produtos medicinais feitos de árvores audam na cura de doenças e aumentam fertilidade. Árvores ocupam posição de destaque em discussões de comunidades e casamentos. Elas são plantadas no nascimento de crianças e em enterros.



"Se você está pensando um ano a frente, semeie uma semente. Se você está pensando dez anos a frente, plante uma árvore.”

Chinese poet, 500 BC

"Aquele que planta uma árvore ama os outros mais do que a ele mesmo."

English proverb

"O melhor amigo de um homem na Terra é a árvore. Quando nós usamos a árvore respeitosamente e economicamente, nós temos uma das maiores recompensas da Terra”

Frank Lloyd Wright

"Elas são bonitas em sua paz, elas são espertas no seu silêncio. Elas sobreviverão enquanto nós viraremos poeira. Elas nos ensinam e nós cuidamos delas.”

Galeain ip Altiem MacDunelmor

"Apesar de uma árvore crescer tão alto, as folhas que caem voltam à raiz."

Malay proverb

"Uma sociedade cresce bem quando homens velhos plantam ávores das quais nunca aproveitarão as sombras."

Greek proverb

"Mesmo se eu soubesse que amanhã o mundo vai cair aos pedaços, ainda assim eu plantaria minha árvore de maças."

Martin Luther

"O grande francês Marshall Lyautey uma vez pediu ao seu jardineiro para plantar uma árvore. O jardineiro reclamou que árvore demoraria a crescer e não alcançaria maturidade por 100 anos. O Marshall respondeu ‘Neste caso, não há tempo a ser perdido, plante-a esta tarde!’”

John F. Kennedy

"Árvores são poemas que a Terra escreve diante do céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel, que usamos para registrar nosso vazio.”

Kahlil Gibran

"Se o que eu falo tem repercussão em você, isso só acontece porque nós dois somos troncos de uma mesma árvore."

W. B. Yeats

"Uma árvore é o nosso mais íntimo contato com a natureza."

George Nakashima, woodworker

"Uma árvore usa o que vier em seu caminho para se alimentar. Afundando suas raízes fundo na terra, aceitando a chuva que cai nela, alcançando o sol, a árvore aperfeiçoa sua caráter e torna-se ótima...Absorver, absorver, absorver. Esse é o secredo da árvore.”

Deng Ming-Dao, Everyday Tao

"Plante árvores. Elas nos dão dois dos mais cruciais elementos para nossa sobrevivência: oxigênio e livros.”

A. Whitney Brown

"Cada geração assume a Terra como sendo de sua curadoria. Nós deveríamos deixar para a posteridade a mesma quantidade de árvores e de terras para plantio que nós esgotamos e consumimos."

J. Sterling Morton

"Para mim, a natureza é sagrada, árvores são o meu templo e florestas são as minhas catedrais."

Mikhail Gorbachev

"Deus tomou conta dessas árvores, salvou-as de secas, doenças, avalanches e milhares de tempestades e enchentes. Mas Ele não pode salvá-las de tolos. "

John Muir

"A floresta é um organismo peculiar de doçura ilimitada e benevolência que não faz exigências para sua sobrevivência e oferece generosamente os produtos de sua vida e atividade, ela proporciona proteção a todos os seres."

Buddhist Sutra

"Pessoas que não favorecem árvores irão logo morar em um mundo que não consegue favorecer pessoas. "

Bryce Nelson

"Reflorestar a Terra é possivel, dado um toque humano."

Sandra Postel and Lori Heise, Worldwatch Institute


SUGESTÃO DA VIDEOTECA

O Meio Ambiente , série Ecce Homo (1999) – excelente documentário que trata da relação do homem com o meio ambiente ao longo do tempo e a crescente preocupação com as questões ambientais. – 52’ – Fita n º 42

Principal Área de Interesse : Meio Ambiente Outras Áreas (Interdisciplinaridade) : História

É dividido em 4 partes, que podem ser usadas separadamente :

I - Homem vs Natureza

II – Um Planeta em Perigo

III – Desafios Ambientais

IV – Uma Questão de Sobrevivência.

POLUIÇÃO DA ÁGUA



Alguém já disse que uma das aventuras mais fascinantes é acompanhar o ciclo das águas na Natureza. Suas reservas no planeta são constantes, mas isso não é motivo para desperdiçá-la ou mesmo poluí-la. A água que usamos para os mais variados fins é sempre a mesma, ou seja, ela é responsável pelo funcionamento da grande máquina que é a vida na Terra; sendo tudo isto movido pela energia solar.


Vista do espaço, a Terra parece o Planeta Água, pois esta cobre 75% da superfície terrestre, formando os oceanos, rios, lagos etc. No entanto, somente uma pequenina parte dessa água - da ordem de 113 trilhões de m3 - está à disposição da vida na Terra. Apesar de parecer um número muito grande, a Terra corre o risco de não mais dispor de água limpa, o que em última análise significa que a grande máquina viva pode parar.

A água nunca é pura na Natureza, pois nela estão dissolvidos gases, sais sólidos e íons. Dentro dessa complexa mistura, há uma coleção variada de vida vegetal e animal, desde o fitoplâncton e o zooplâncton até a baleia azul (maior mamífero do planeta). Dentro dessa gama de variadas formas de vida, há organismos que dependem dela inclusive para completar seu ciclo de vida (como ocorre com os insetos). Enfim, a água é componente vital no sistema de sustentação da vida na Terra e por isso deve ser preservada, mas nem sempre isso acontece. A sua poluição impede a sobrevivência daqueles seres, causando também graves conseqüências aos seres humanos.

A poluição da água indica que um ou mais de seus usos foram prejudicados, podendo atingir o homem de forma direta, pois ela é usada por este para ser bebida, para tomar banho, para lavar roupas e utensílios e, principalmente, para sua alimentação e dos animais domésticos. Além disso, abastece nossas cidades, sendo também utilizada nas indústrias e na irrigação de plantações. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e estar isenta de microorganismos patogênicos, o que é conseguido através do seu tratamento, desde da retirada dos rios até a chegada nas residências urbanas ou rurais. A água de um rio é considerada de boa qualidade quando apresenta menos de mil coliformes fecais e menos de dez microorganismos patogênicos por litro (como aqueles causadores de verminoses, cólera, esquistossomose, febre tifóide, hepatite, leptospirose, poliomielite etc.). Portanto, para a água se manter nessas condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, lixo ou sedimentos vindos da erosão.

Sobre a contaminação agrícola temos, no primeiro caso, os resíduos do uso de agrotóxicos (comum na agropecuária), que provêm de uma prática muitas vezes desnecessária ou intensiva nos campos, enviando grandes quantidades de substâncias tóxicas para os rios através das chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de animais criados em pastagens. No segundo caso, há o uso de adubos, muitas vezes exagerado, que acabam por ser carregados pelas chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes nestes pontos; isso propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que consomem oxigênio, contribuindo ainda para diminuir a concentração do mesmo na água, produzindo sulfeto de hidrogênio, um gás de cheiro muito forte que, em grandes quantidades, é tóxico. Isso também afetaria as formas superiores de vida animal e vegetal, que utilizam o oxigênio na respiração, além das bactérias aeróbicas, que seriam impedidas de decompor a matéria orgânica sem deixar odores nocivos através do consumo de oxigênio.

Os resíduos gerados pelas indústrias, cidades e atividades agrícolas são sólidos ou líquidos, tendo um potencial de poluição muito grande. Os resíduos gerados pelas cidades, como lixo, entulhos e produtos tóxicos são carreados para os rios com a ajuda das chuvas. Os resíduos líquidos carregam poluentes orgânicos (que são mais fáceis de ser controlados do que os inorgânicos, quando em pequena quantidade). As indústrias produzem grande quantidade de resíduos em seus processos, sendo uma parte retida pelas instalações de tratamento da própria indústria, que retêm tanto resíduos sólidos quanto líquidos, e a outra parte despejada no ambiente. No processo de tratamento dos resíduos também é produzido outro resíduo chamado "chorume", líquido que precisa novamente de tratamento e controle. As cidades podem ser ainda poluídas pelas enxurradas, pelo lixo e pelo esgoto.

Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização .

A eutrofização é causada por processos de erosão e decomposição que fazem aumentar o conteúdo de nutrientes, aumentando a produtividade biológica, permitindo periódicas proliferações de algas, que tornam a água turva e com isso podem causar deficiência de oxigênio pelo seu apodrecimento, aumentando sua toxidez para os organismos que nela vivem (como os peixes, que aparecem mortos junto a espumas tóxicas).

A poluição de águas nos países ricos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição é resultado da pobreza e da ausência de educação de seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir os seus direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta omissão na reivindicação de seus direitos leva à impunidade às indústrias, que poluem cada vez mais, e aos governantes, que também se aproveitam da ausência da educação do povo e, em geral, fecham os olhos para a questão, como se tal poluição não atingisse também a eles. A Educação Ambiental vem justamente resgatar a cidadania para que o povo tome consciência da necessidade da preservação do meio ambiente, que influi diretamente na manutenção da sua qualidade de vida.

Dentro desse contexto, uma grande parcela da contenção da "saúde das águas" cabe a nós, brasileiros, pois se a Terra parece o Planeta Água, o Brasil poderia ser considerado sua capital, já que é dotado de uma extensa rede de rios, e privilegiado por um clima excepcional, que assegura chuvas abundantes e regulares em quase todo seu território.

O Brasil dispõe de 15% de toda a água doce existente no mundo, ou seja, dos 113 trilhões de m3 disponíveis para a vida terrestre, 17 trilhões foram reservados ao nosso país. No processo de reciclagem, quase a totalidade dessa água é recolhida pelas nove grandes Bacias Hidrográficas aqui existentes. Como a água é necessária para dar continuidade ao crescimento econômico, as Bacias Hidrográficas passam a ser áreas geográficas de preocupação de todos os agentes e interesses públicos e privados, pois elas passam por várias cidades, propriedades agrícolas e indústrias. No entanto, a presença de alguns produtos químicos industriais e agrícolas (agrotóxicos) podem impedir a purificação natural da água (reciclagem) e, nesse caso, só a construção de sofisticados sistemas de tratamento permitiriam a retenção de compostos químicos nocivos à saúde humana, aos peixes e à vegetação.

Quanto melhor é a água de um rio, ou seja, quanto mais esforços forem feitos no sentido de que ela seja preservada (tendo como instrumento principal de conscientização da população a Educação Ambiental), melhor e mais barato será o tratamento desta e, com isso, a população só terá a ganhar. Mas parece que a preocupação dos técnicos em geral é sofisticar cada vez mais os tratamentos de água, ao invés de se aterem mais à preservação dos mananciais, de onde é retirada água pura. Este é o raciocínio - mais irracional - de que a técnica pode fazer tudo. Técnicas sofisticadíssimas estão sendo desenvolvidas para permitir a reutilização da água no abastecimento público, não percebendo que a ingestão de um líquido tratado com tal grau de sofisticação pode ser tudo, menos o alimento vital do qual o ser humano necessita. Ou seja, de que adianta o progresso se não há qualidade de vida? A única medida mitigadora possível para este problema, na situação grave em que o consumo da água se encontra, foi misturar e fornecer à população uma água de boa procedência com outra de procedência pior, cuidadosamente tratada e controlada. Vejam a que ponto tivemos que chegar.

Portanto, a meta imediata é preservar os poucos mananciais intactos que ainda restam para que o homem possa dispor de um reservatório de água potável para que possa sobreviver nos próximos milênios.


Texto: Dr.ª Sônia Lúcia Modesto Zampieron

Biólogo João Luís de Abreu Vieira



CALENDÁRIO AMBIENTAL


11/01 Dia do Controle de Poluição por Agrotóxicos

02/02 Dia Internacional dos Manguezais

01/03 Dia do Turismo Ecológico

21/03 Dia Mundial Florestal

22/03 Dia Mundial da Água

15/04 Dia Nacional da Conservação do Solo

19/04 Dia do Índio

22/04 Dia do Planeta Terra

03/05 Dia do Sol/Dia do Solo

05/05 Dia do Campo

27/05 Dia da Mata Atlântica

01/06 Dia Nacional de Prevenção a Incêndios Florestais

03 a 08/06 Semana Mundial do Meio Ambiente

05/06 Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia

08/06 Dia Mundial dos Oceanos

17/06 Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca

17/07 Dia de Proteção Florestal

09/08 Dia Internacional dos Povos Indígenas

14/08 Dia do Controle da Poluição Ambiental

05/09 Dia da Amazônia

16/09 Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio

21/09 Dia da Árvore

21 a 27/09 Semana Nacional da Fauna

22/09 Dia Nacional da Defesa da Fauna

02/10 Dia Nacional do Habitat

04/10 Dia da Natureza /Dia Mundial dos Animais/ Dia do Patrono da Ecologia (São Francisco de Assis)

05/10 Dia Nacional das Aves

15/10 Dia do Educador Ambiental/Dia do Professor

16/10 Dia Mundial da Alimentação

05/11 Dia da Cultura e da Ciência

30/11 Dia do Estatuto da Terra

07/12 Dia do Pau-Brasil (*)

10/12 Dia da Declaração Universal

dos Direitos Humanos

29/12 Dia Internacional da Biodiversidade

(*) também aparece como o dia 03/05


Fonte : Química Ambiental, Sófocles Medeiros (3a edição)


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

29/10/2007 - 11h10

Para Ignacy Sachs, desenvolvimento exige tripé econômico, ambiental e social

Por Luana Lourenço, da Agência Brasil


Rio de Janeiro - Considerado um dos maiores pensadores do desenvolvimento sustentável no mundo, o economista polonês Ignacy Sachs é categórico na defesa da ampliação dos aspectos sociais na perspectiva do chamado desenvolvimento sustentável.

"Precisamos ser triplamente ganhadores, nos âmbitos social, ambiental e econômico", avalia Sachs, diretor do Centro de Estudos sobre o Brasil Contemporâneo na École de Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, na França. Na sua avaliação, a redução das emissões de gases do efeito estufa, considerados causadores do aquecimento global, não pode ser feita visando somente retornos econômicos: "É possível aliar projetos que reduzam carbono com projetos sociais. Não é alugando florestas que vamos resolver o problema".

O economista falou à Agência Brasil durante a primeira reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês) na América Latina, que reuniu membros do painel e ambientalistas no Rio de Janeiro nas últimas quinta e sexta-feira (25 e 26).

Agência Brasil: Desenvolvimento sustentável é só uma questão ambiental?

Ignacy Sachs: Não. Eu prefiro falar de um desenvolvimento socialmente includente e ambientalmente sustentável e, ainda, economicamente sustentado. Como um tripé: aspectos ambientais, sociais e econômicos.

ABr: Falta valorizar a parte social nesse tripé?

Sachs: Não que esteja faltando. Mas existe o perigo do lado ambiental ser dissociado do lado social porque, do ponto de vista da eficiência energética, da emissão de gases do efeito estufa, podemos ter os mesmos efeitos para modelos sociais totalmente diferentes. Para mim esse modelo social não é indiferente. Vamos recolocar no debate não só os impactos ambientais, mas os contextos sociais nos quais o desenvolvimento deve acontecer.


ABr: Está em curso uma mudança de paradigmas na discussão de desenvolvimento sustentável?

Sachs: O ponto de partida é que se considera – por razões erradas – que a única coisa que realmente vale é o crescimento econômico e o resto segue. A tomada de consciência ecológica serviu para mostrar que as coisas não eram assim, que o econômico não pode ser discutido abstraído dos impactos ambientais, porque podemos ter um crescimento predatório, comprometer o futuro etc. Portanto, o debate ambiental serviu para mostrar os limites do economicismo.

Do outro lado, simetricamente, estão os impactos sociais. Quando a gente coloca a problemática social, outra vez mostra os limites do economicismo. Eu diria que – no campo das idéias – o que está acontecendo desde começo dos anos 70 é uma superação do economicismo por meio do reconhecimento da importância dos impactos ambientais e sociais.

Quando só se fala dos ambientais, eu grito: calma! Quando me encontro com grupos de sociólogos que só vêem o social, eu digo: não esqueçam o ambiental. Nós temos que reequilibrar o debate e nos dar conta do fato de que a solução verdadeira é aquela que permite avançar simultaneamente nas três dimensões: no social, no ambiental e no econômico.

ABr: A quem cabe executar ações para alcançar esse equilíbrio?

Sachs: Cabe a todos. Temos que reconhecer o papel importante do Estado desenvolvimentista, mas devemos, ao mesmo tempo, procurar que o processo de desenvolvimento seja negociado e pactuado entre todos os protagonistas, ou seja, é uma negociação quadripartite: Estado, empresários, trabalhadores e sociedade civil organizada.

Leia o segundo trecho da entrevista: http://www.envolverde.com.br/?materia=39393

FONTE:
(Envolverde/Agência Brasil)