GRUPO RAÍZES CÊNICAS

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SARAU TEATRAL LITERÁRIO MUSICAL

SARAU TEATRAL LITERÁRIO MUSICAL

TEATRO

TEATRO
" TEM UM HOMEM ENTRE NÓS "

" TEM UM HOMEM ENTRE NÓS "

Sinopse: Tem um homem entre nós é uma história baseada no relacionamento entre o homem e a mulher, que vem desde os tempos de Adão e Eva até os dias de hoje, buscando um culpado pelas suas frustrações e seus erros, com uma mistura de drama e comedia, está peça mostra que a disputa de poder entre o homem e a mulher, interfere profundamente, no dia, dia das pessoas excluindo o ser humano de sua felicidade.

" MEU NOME É MULHER "


Dia 08 de março Dia Internacional dos Direitos da Mulher.

História.
No dia 08 de março de 1.857 um grupo de 129 mulheres tecelãs de uma fábrica em Nova Iorque, nos Estados Unidos, morreram em um incêndio provocado pelo patrão. As trabalhadoras faziam greve por melhores condições de trabalho, aumento salarial e redução da jornada diária que, na época, ultrapassa 12 horas. Irado com a mobilização das tecelãs, o dono da empresa mandou trancar o galpão da fábrica onde as grevistas se reuniam e colocou fogo. A notícia da tragédia logo percorreu o mundo e, em pouco tempo, o dia 08 de março passou a ser um marco na História de luta das mulheres de todo o planeta em busca de liberdade e igualdade de direitos. Décadas mais tarde, a ONU (Organização das Nações Unidas), proclamou o dia 08 de março como Dia Internacional dos Direitos da Mulher.

MOMENTO DE REFLEXÃO:

Quem nasce já em liberdade muitas vezes não lhe dá o devido valor. Foram precisas incontáveis gerações para que esse mundo fosse feito um pouquinho menos injusto, e isso a custa de muito sangue, suor e lágrimas. É bom que lembremos sempre dessas coisas e as combatamos, com grandes e pequenos gestos, com o mesmo fervor daquelas que vieram antes de nós e lutaram incansavelmente até os dias de hoje. Vamos lembrar todos os dias que a realidade somos nós que construímos.
Foram necessários quatro séculos de luta para que as mulheres tivessem seus espaços ampliados. Hoje elas imperam não só nas Artes e Literatura, mas passaram, também, a ter controle sobre sua vida amorosa, tomando a iniciativa de desfazer casamentos mal sucedidos - atitude petulante nos tempos de nossas mães e avós -, optar pela vida de solteira ou aceitar um matrimônio somente quando lhe convém. A participação social também se ampliou e elas invadiram uma área até bem pouco tempo considerada "assunto para homem", como a Política e Economia.
A situação da mulher negra no Brasil de hoje manifesta um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças, pois ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do país. Inúmeras pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento menor, e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente têm menos possibilidade de encontrar companheiros no mercado matrimonial.
A mulher negra ao longo de sua história foi a “espinha dorsal” de sua família, que muitas vezes constitui-se dela mesma e dos filhos. Quando a mulher negra teve companheiro, especialmente na pós-abolição, significou alguém a mais para ser sustentado. O Brasil, que se favoreceu do trabalho escravo ao longo de mais de quatro séculos, colocou à margem o seu principal agente construtor, o negro, que passou a viver na miséria, sem trabalho, sem possibilidade de sobrevivência em condições dignas. Com o incentivo do governo brasileiro à imigração estrangeira e à tentativa de extirpar o negro da sociedade brasileira, houve maciça tentativa de embranquecer o Brasil.
Provavelmente o mais cruel de todos os males foi retirar da população negra a sua dignidade enquanto raça remetendo a questão da negritude aos porões da sociedade. O próprio negro, em alguns casos, não se reconhece, e uma das principais lutas do movimento negro e de estudiosos comprometidos com a defesa da dignidade humana é contribuir para o resgate da cidadania do negro.
A pobreza e a marginalidade a que é submetida à mulher negra reforça o preconceito e a interiorização da condição de inferioridade, que em muitos casos inibe a reação e luta contra a discriminação sofrida. O ingresso no mercado de trabalho do negro ainda criança e a submissão a salários baixíssimos reforçam o estigma da inferioridade em que muitos negros vivem. Contudo, não podemos deixar de considerar que esse horizonte não é absoluto e mesmo com toda a barbárie do racismo há uma parcela de mulheres negras que conseguiram vencer as adversidades e chegar à universidade, utilizando-a como ponte para o sucesso profissional.
Embora o contexto adverso, algumas mulheres negras vivem a experiência da mobilidade social processada em “ritmo lento”, pois além da origem escrava, ser negra no Brasil constitui um real empecilho na trajetória da busca da cidadania e da ascensão social. Bernardo (1998), em seu trabalho sobre a memória de velhas negras na cidade de São Paulo, mostra como é difícil a mobilidade ascensional da negra - especialmente na conquista de um emprego melhor, pois a maioria das negras trabalhava na informalidade, ou como empregadas domésticas.
As mulheres negras que conquistam melhores cargos no mercado de trabalho despendem uma força muito maior que outros setores da sociedade, sendo que algumas provavelmente pagam um preço alto pela conquista, muitas vezes, abdicando do lazer, da realização da maternidade, do namoro ou casamento. Pois, além da necessidade de comprovar a competência profissional, têm de lidar com o preconceito e a discriminação racial que lhes exigem maiores esforços para a conquista do ideal pretendido. A questão de gênero é, em si, um complicador, mas, quando somada à da raça, significa as maiores dificuldades para os seus agentes.
Paul Singer (1998) afirma que, à medida que a mulher negra ascende, aumentam as dificuldades especialmente devido à concorrência Em serviços domésticos que não representam prestígio não há concorrência e conseqüentemente as mulheres negras têm livre acesso e é nesse campo que se encontra o maior número delas. A população negra trabalha, geralmente, em posições menos qualificadas e recebe os mais baixos salários.
A mulher negra, portanto, tem que dispor de uma grande energia para superar as dificuldades que se impõe na busca da sua cidadania. Poucas mulheres negras conseguem ascender socialmente. Contudo, é possível constatar que está ocorrendo um aumento do número de mulheres negras nas universidades nos últimos anos. Talvez a partir desse contexto.

Esta homenagem, eu dedico com todo, amor, carinho e respeito, ao ser humano MULHER, sinônimo de luz divina, que busca dentro de sua alma, dividir o ser sublime que existe dentro de si, com a vida...


AUTOR: LAERTE SPROCATI
08/03/2008
FONTE LITERÁRIA: CASA DA CULTURA NEGRA / BIBLIOTECA NACIONAL / MULHERES BRASILEIRAS /
MULHERES MARAVILHOSAS /
www.mulher.org.br / www.carnaxe.com.br / utopia.com.br .

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